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7 mitos sobre o 7 de setembro

  • Foto do escritor: Equipe JaulaTech
    Equipe JaulaTech
  • 7 de set. de 2021
  • 5 min de leitura

Atualizado: 30 de set. de 2024

Quais são os mitos sobre o dia da independência do Brasil?

O dia 7 de setembro de 1822 ficou marcado como o momento em que o nosso país se tornou independente de Portugal. Segundo a história oficial, foi quando D. Pedro I soltou o famoso grito de "Independência ou Morte" às margens do Rio Ipiranga, tornando-se fundador e primeiro monarca do Império do Brasil. Porem nos bastidores desse evento histórico, existem muitas passagens mal contadas e até distorcidas como você verá a seguir:


1 - A cena da declaração de Independência não foi tão heroica

A imagem mais épica da declaração de Independência é o quadro "Independência ou Morte", de Pedro Américo, que foi pintado em 1888, mais de 60 anos depois do evento ter acontecido. A obra basicamente retrata uma cena que nunca existiu. Os eventos de 7 de setembro de 1822 foram bem menos heroicos do que conta a versão oficial. Em primeiro lugar, D. Pedro I nem empunhava uma espada naquela ocasião. A tropa que o acompanhava era muito menor da que é ilustrada pelo quadro.


Outra imprecisão do quadro: D. Pedro não viajou em um cavalo, mas sim em uma mula. Apesar de todos estarem retratados com sofisticadas roupas de veludo, na realidade a comitiva usava vestimentas bem mais simples, de algodão, para suportar o calor. Também não havia a presença do povo na hora do Grito do Ipiranga, ao contrário do que retrata a pintura.


2 - Jogo de cartas marcadas?

O processo que tornou o Brasil independente de Portugal foi visto por muito tempo como um jogo de cartas marcadas, pois ao contrário do que aconteceu em outros países da América Latina, a independência foi proclamada pelo filho do rei do país colonizador. Ou seja, apenas uma maquiagem para parecer diferente, porem as coisas teriam mudado para ficar iguais. Mas será que foi isso mesmo?

"A independência do Brasil não foi um jogo de cartas marcadas por uma razão muito simples: todos os grandes acontecimentos históricos são caracterizados por uma grande indeterminação", diz o pesquisador e especialista Christian Lynch.

Na prática, o processo de independência havia começado em 1808, quando a família imperial portuguesa, fugindo de Napoleão Bonaparte, "fugiu" para o Brasil. Mais de uma década depois, o povo português é que estava revoltado com o exílio de seu monarca. "Portugal tinha empobrecido miseravelmente depois que a corte saiu de lá. (Os portugueses) é que estavam falando que tinham virado colônia do Brasil", afirma o escritor Paulo Rezzutti. Assim, em 1820, houve a Revolução do Porto, quando os portugueses exigiram a volta de D. João VI. Com medo de perder o trono, ele voltou à Lisboa em 1821, deixando seu filho D. Pedro I no Governo do Brasil. E foi isso que impulsionou o processo de Independência no ano seguinte.


3 - A Independência não trouxe mudanças imediatas

A independência foi instantânea? Não, e ainda envolveu dinheiro. Portugal só reconheceu a independência do Brasil em 29 de agosto de 1825, com um pagamento de 2 milhões de libras esterlinas, dinheiro que D. Pedro pegou emprestado da Inglaterra. Apesar do valor histórico do 7 de setembro, velhas estruturas sociais permaneceram intactas, já que a população mais pobre não fez parte do processo e permaneceu a distribuição desigual de renda. De um lado, havia uma poderosa elite agrária e, do outro, os traços fortes de uma nova nação que carregaria por muito tempo em sua história o peso de centenas de anos de escravidão.


4 - A ruptura do Brasil com Portugal teria sido pacífica?

Outro mito que envolve a Independência é sobre o suposto caráter pacífico da ruptura do Brasil com Portugal. Tudo teria se resolvido por meio de negociações entre D. João VI e seu filho, D. Pedro I. Na verdade, a Independência envolveu uma guerra longa e sangrenta. Os conflitos duraram entre agosto de 1821 e março de 1824.


A guerra foi travada simultaneamente em duas frentes. Uma delas no norte e nordeste do Brasil. Pará e Maranhão ignoraram o Grito do Ipiranga e declararam apoio às Cortes de Lisboa. Por algum tempo, Piauí e Alagoas também obedeceram a Portugal. Após um período de confusão, Rio Grande do Norte e Ceará se aliaram ao lado do Brasil. Pernambuco também aderiu à causa da Independência. Na frente do sul, as tropas portuguesas resistiram por mais de um ano em Montevidéu, capital da Província Cisplatina, que fazia parte do império brasileiro.


O número de combatentes na guerra de independência brasileira foi maior do que o número de combatentes nas batalhas ocorridas nas guerras de libertação da América Espanhola, da mesma época. Apesar disso, não existem estatísticas confiáveis em relação à precisão do número de mortes em combate. Estima-se que entre 2 mil e 3 mil pessoas tenham morrido durante essas batalhas.

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5 - Falta de repercussão do 7 de setembro

Talvez devido a velocidade que informações eram propagadas de boca a boca ou da falta de interesse geral da população da época sobre alcançar a independência para o Brasil, isso parece não ter causado euforia. Apesar da gigantesca importância histórica, o Grito do Ipiranga não repercutiu imediatamente. De acordo com historiadores, nenhum jornal da época noticiou o fato. As primeiras notícias sobre a declaração de Independência só surgiram a partir de 12 de outubro daquele ano, quando D. Pedro I foi aclamado Imperador do Brasil. A data de 7 de Setembro só passou a ser celebrada mais tarde.


6 - A esquecida participação de Maria Leopoldina na Independência

O grito do Ipiranga aconteceu só no dia 7 de setembro de 1822, mas o documento que declarou a Independência do Brasil já havia sido assinado no dia 2 do mesmo mês por Maria Leopoldina, esposa de D. Pedro I. Ela usou seus atributos de chefe interina do governo para fazer uma reunião com o Conselho de Estado, ocasião em que o documento foi assinado.


Os brasileiros temiam que D. Pedro seguisse seu pai, partindo para terras portuguesas, o que rebaixaria o país ao status de simples colônia, em vez de um reino unido com Portugal. Também havia o receio de que uma guerra civil separasse a Província de São Paulo do resto do Brasil. Neste cenário conturbado, D. Pedro entregou o poder a D. Leopoldina, no dia 13 de agosto de 1822, nomeando-a chefe do Conselho de Estado e Princesa Regente Interina do Brasil. Então, ele partiu para São Paulo para assegurar a lealdade dos locais à causa brasileira. Ele alcançou sua capital em 25 de agosto e lá permaneceu até 5 de setembro.


Diante das exigências de Portugal para que D. Pedro retornasse a Lisboa, Leopoldina não teve tempo de esperar pelo marido e precisou tomar uma decisão urgente. Aconselhada por José Bonifácio de Andrada e Silva, ela convocou uma sessão extraordinária do Conselho de Estado e assinou o decreto que separava o Brasil de Portugal. Depois disso, ela enviou uma carta a D. Pedro para que ele proclamasse a Independência do Brasil. A mensagem chegou a ele no dia 7 de setembro de 1822, quando ele se encontrava às margens do Ipiranga, retornando de São Paulo.


7 - A famosa frase do "Dia do Fico" não foi dita?

Alguns meses antes da Independência, em 9 de janeiro de 1822, aconteceu o "Dia do Fico". Foi quando D. Pedro I declarou que não cumpriria as ordens das Cortes portuguesas, que exigiam sua volta a Lisboa, ficando no Brasil. "Se é para o bem de todos e felicidade geral da Nação, estou pronto! Digam ao povo que fico", teria dito. O problema é que essa declaração foi inventada pelos jornais da época. Na verdade, o então príncipe usou palavras bem mais pragmáticas: “Convencido de que a presença de minha pessoa no Brasil interessa ao bem de toda a nação portuguesa, e conhecido que a vontade de algumas províncias assim o requer, demorarei a minha saída até que as Cortes e meu Augusto Pai e Senhor deliberem a este respeito, com perfeito conhecimento das circunstâncias que têm ocorrido”.


Fonte: History Channel, Mundo Educação, Jus, Wikipedia


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